28.05.18
Bonjour!! Hoje, num dia mui especial (meu aniversário, 24 aninhos), trago a ultima parte da resenha do livro Tratado Oculto do Horror.
Estou feliz, passei o dia bem, apesar de resfriada, e conversei com amigos, ganhei chocolate de presente da mommy e do papai, então estou muito bem e redonda. E teve One Piece novo, então isso é um plus.
Ganhei teaser do PV do Matenrou Opera como presente, hahaha. Estou empolgadíssima.
Resenhas contêm spoilers. Eu não sei resenhar sem dizer alguns, só deixo o aviso. Tem gente que gosta de ler spoiler, então não é de todo mal, né?
Minhas opiniões são acerca dos contos, já que conheço só dois ou três autores de longe, e dois são meus amigos .
Capa:
46- A Lua de Agosto - Leandro Bernadello Unzueta.
Eu gostei da narrativa deste, mas pela história falar e não levar de fato a lugar algum (????), não ter uma criatura muito marcante ou mesmo dar medo de verdade, me deixou na mesma, como se não tivesse lido nada. Assim, eu sei que é chato e é uma sensação ruim, mas faltou um quê. Pelo menos eu gostei do título e do nome do autor.
Nota: 2
47- Espantos - George Au Costa
A nota desse aqui vai para a cena um pouco perturbadora e talvez esteticamente legal dos corpos mortos ainda em pé. E só, porque eu não gostei muito do tom da narrativa, ele me pareceu muito "oh, prestem atenção em mim, oh, sou escritor, oh, estou morrendo, oh... sou amaldiçoado!", dá vontade de dar um tapa e falar "cresce, bro!". De toda forma, não foi o pior. A cena mencionada realmente foi interessante, nada que tivesse aparecido no livro, e já que a essa altura eu o li todo, não apareceu em lugar algum.
Nota: 2
48- O caso de Alex Hull - Alécio Medeiros
Entendi o intuito desse conto, ser mais psicológico que qualquer outra coisa, mas a execução não foi condizente. A escrita... como eu posso dizer? Pareceu um pouco imatura para o que se propunha. "Parecia isso", "parecia aquilo", com receio de usar de metáforas e confundir as pessoas. Acharia mais profundo e melhor se tivesse descrito sem medo, dado a bordoada.
Então o conto ficou um meio termo meio "meh".
Nota: 2
49- A criança - Elizabeth M. Waserez
Esse aqui foi interessante e medonho à sua maneira, a criatura usada e o decorrer foram ótimos, mas chegou no final e... Ficou meio previsível. Não foi ruim, nem mal escrito, só não me surpreendeu ou agradou muito. Embora eu também não saberia que fim da a isso.
Bom, é um bom conto e dá medinho, leiam.
Nota: 3
50- Era uma vez... Eu - Letícia Kiraly
Que título bosta. Hahahaha
Infelizmente, o conto também. As pessoas parecem achar legal ou gostar de escrever sobre crianças irem buscar asilo na cama dos pais com medo de pesadelos e os pais nunca estarem lá. Ou estarem mortos. A construção de contos assim é sempre parecida, pesadelos > não dorme > criança vai ao encontro dos pais > encontra-os mortos > encontra a criatura dos pesadelos. É um excesso de Freddy Krueger.
Esse conto me surpreendeu só um pouquinho lá pro final, onde o vilão é... o Sr. Bins.
Mas ainda assim eu acho de muito mal gosto histórias com esse tipo de horror gore por gore, sem rumo, com crianças.
E cara, um garotinho de oito anos desejar infartar?????
Nota: 1
51- Serra das Araras - M. A. Thompson
O protagonista desse conto é um cara com que dificilmente criamos um pouco de empatia, já que logo de início ele começa xingando desnecessariamente e com seriedade uma prostituta, e assim, é difícil gerar empatia com um personagem que não a tem em si. É estranho.
Porém, eu vi que foi proposital, um personagem com uma voz peculiar. Me pergunto por que o autor fez assim, mas é interessante de toda forma.
O jeito de narrar também achei interessante e diferente, bastante simplório.
Só o que não achei interessante foi o que raios aconteceu. Parece que o que chama atenção aqui é a narração e o jeito do personagem falar, porque de história mesmo é só um "causo".
Nota: 3
52- Nosso medo - Bárb. Fratis
Me senti meio (????????????) com esse também, porque ele conseguiu ser bom e péssimo ao mesmo tempo. É um horror jogado como vários outros nesse livro, jogado quando eu digo é no sentido de sem ter um objetivo muito claro além de espalhar sangue. Parece que a pessoa sentou na cadeira e pensou "Puts, qual a melhor forma de eu causar medo / horror com um conto, hmmmmm, vou torturar uma criança fazendo seu pesadelo criar vida, vai ficar ótimo" e daí sai isso que eu falei num conto atrás.
Não é que não possa ser horrível, não se possa fazer isso, ou algo assim, mas meu particular se assusta um pouco com o quanto a imaginação das pessoas se extende a simplesmente fazer uma criança se matar num conto. Foi o que deu a entender aqui nesse conto, onde o pai também fez um pouco de questão de ir pelo caminho mais fácil do "É coisa de criança, logo passa". É sempre assim.
Eu não consiguiria escrever isso assim, uma morte largada por um pesadelo, eu acho que se fosse pra eu fazer algo do tipo, eu iria querer desenvolver muito um background para isso, uma coisa que beirasse o absurdo e olha... Ainda assim eu talvez não fizesse, isso é muito desesperançoso.
Achei o conto bom, por outro lado, porque a narrativa é ótima, as palavras usadas, descrição, ambientação. Só peca na história. A nota é pela boa escrita.
Nota: 2
53- Sobre trailers e maldições - Hedjan C. S.
Esse aqui foi um dos bons e dá umas coisa na beira do estômago, hahaha. Mas é muito divertido, achei bom pra caramba, então não vou falar nada. É uma boa condução, boa escrita, despretensiosa que faz um ótimo trabalho.
Nota: 4
54- A carta do diabo - Emerson Galeno
O que posso dizer, foi um dos poucos que eu desejei não ter lido. O nome é bobo, o protagonista do conto é um canastrão que se acha herói e mártir e acaba sendo um imbecil de filosofia rasa, e até aqui eu não sei se o autor quis isso ou se ele achou a proposta convincente de verdade. A temática é basicamente uma ofensa até à inteligência, começando com alguns fatos tirados de alguma pesquisinha que até eu posso fazer... Ahhh, queria desler.
Nota: 0
55- A horda alada - Rodrigo Luiz da Silva
Eu vou passar o resto da minha vida lendo esse título como "A hora alada" até ver que é "horda".
A escrita desse foi com muita sede ao pote e ficou depressa, fora o fato de que os diálogos... bem meia boca. Não pareceram muito convincentes.
Porém, pela temática e criaturas, achei interessante.
Uma pena desandar no final, bem na última frase. O que raios aquilo tinha a ver? Em caixa alta?
Nota: 2
56- O galã de Cambará - Eduardo Silva Francisco
Esse aqui também tem cara de ser um causo do interior, mas muito bem narrado e curioso. Só num momentinho uma das frases ficou dúbia, mas com um esforço a gente entende quem mordeu quem. hahaha
Inusitado e bom, mostra bem o ditado do "aqui se faz, aqui se paga".
Nota: 3,5
57- A Invocação - E. S. Siqueira
Revirei meus olhinhos lendo "invocação" e pensando "outro...". Com a diferença de que esse até que foi bem escrito.
Seria mais ainda se não fosse escrito com aquelas benditas pontuações quebradas. Assim. Desse. Jeito. Que. Ódio.
Não que não funcione, mas funciona ainda melhor pra me deixar pistola.
A nota, então, é pela narrativa, palavras usadas, o que é contado, o desenvolvimento da lenda, se você gostar desse tema de invocar e tal, é o seu conto, um dos melhores. Mas como para mim isso é meio carne de vaca e não me chama atenção... A nota é pela qualidade narrativa mesmo. Eu leria outros contos do autor, contanto que ele parasse de pontuar como se não conseguisse usar vírgula.
Nota: 1,5
58- Medo Ancestral - M. P. Grino
Rimas com verbos, aaaaaa. Esse conseguiu ser muito interessante, me surpreendeu no finzinho, mas nesse caso aqui a escrita é meio enfadonha, infelizmente, principalmente na parte que começa o tom de profecia / fala da criatura. Eu imagino que com um pouco mais de lapidação nas mãos certas para ensinar e uma faixa maior de caracteres, esse conto seria muito bom e surpreendente.
Nota: 2
59- Mundo Discreto - Felipe Penna
Esse conto aqui é um dos mais curtos e melhores que li. Nota máxima porque merece, é disso que eu falo quando falo em usar crianças no horror, eu gosto de coisas como esse conto. E a narrativa é muito boa, ambientação e mistério, e proposta e objetivo do personagem, tudo em pouco tempo e bem desenvolvido. Eu adorei!
Nota: 5
60- Nightmare - Raphael Malta
Bom... Por que o nome em Inglês e o que foi que eu li?
Prometeu um mistério interessante e isso se susteve até o meio, eu estava curiosa e levei um balde de água fria porque sabe o que acontece?
Nada.
Nota: 2
61- O presente do outro mundo - Pedro Arossa
Parece que foi o trecho das promessas não cumpridas. Esse prometeu algo interessante também e ficou só nisso. A impressão foi de que o autor se embananou no próprio mistério e ficou por isso mesmo, embananado.
Nota: 2
62- A noite mais fria - Jonathan Lucas
Esse aqui é incrível pela narrativa toda chique e bem feita, o mistério é ótimo também, mas a criatura e o motivo do conto são fracos. É claramente algo relativo ao Lovecraft e aos terrores inenarráveis dele (que eu nunca li, mas ouvi falar, um dia leio). Então é um ótimo conto pra quem venha a ser fã do cara. E se você, escritor, não é, me perdoa a comparação.
Eu gostei, apesar dos motivos. Porque olhando por outro lado, o conto te entretém com um saco de vazio misterioso. Um saco de ira, propriamente dita. E mesmo sendo só isso, entretém.
Nota: 4
63- O contrato - Ingrid Callado
Esse é bem feito pra caramba e o prazer triplica se você for fã de Kuroshitsuji e mentalizar o Sebastian. É, eu disse.
Mesmo no finzinho mórbido do conto.
A escrita é regular e a condução é boa. Passagem de tempo ótima também.
Nota: 3,5
64- Três da Manhã - Daniele Oliveira
Olha o que eu disse sobre crianças e medo. Aqui a história dá uma invertida estranha, mas não é tão interessante ao meu próprio ver. Pelas pistas, é fácil de prever.
Mas gostei disso, porque é um dos contos que não chamou o leitor de bobo e deixou ele pensar um pouco acerca da origem da criatura.
Não é muito marcante porque não é meu tema preferido, mas não é o pior.
Nota: 3
65- O gosto do beijo - Lina Dalia
Bastante diferente, a leitura é gostosa, rápida, ágil e entendível. Outro conto sobre o karma, eu acabo gostando desse tema de justiça do céu, hahaha.
Nota: 3,5
66- Reflexos - Raissa Ribeiro Martins
Os nomes desse parecem aqueles livros traduzidos, porque são nomes bem americanizados, parecendo daqueles livros que originaram True Blood e que esqueci o nome agora.
A condução é boa, o meio dá a entender outra coisa propositalmente, o que achei bem interessante. No finalzinho o fato de a mulher acabar levando a pior me deixou meio bolada, porque foi meio inútil tudo o que ela conseguiu descobrir até ali.
Gostei da escrita, mas é, parece coisa traduzida. Isso não é ruim, tho.
Nota: 3,5
67- Guardião - Samuel Treméa
Uma pena um dos únicos contos com animais ser assim, pareceu uma crueldade meio sem rumo. Deu medo, pra caramba, mas ao mesmo tempo deu pena porque simplesmente foi de mal gosto tacar um cachorro na parede. Nós ficamos no vácuo de saber o que ou quem ou por quê. Poderia ter usado o cão, mas feito ele fugir de alguma forma, ou pelo menos nos dar uma explicação para o que merda havia acontecido. A sensação de perda perdura e é chato, um chato insatisfatório em se tratando de um conto, talvez eu possa chamar de falha.
Nota: 2
68- Tarde demais - F. C. Camargo
Parece até algo sério quando lemos o título, mas é só um fantasminha, sério. A maior surpresa do conto é uma coisa meio clichê que eu nem vou dizer ou vocês não terão surpresa alguma. hahaha
Nota: 2
69- Pérolas Negras - Thayná Caetano
Outra vez o que eu disse, pesadelos, pais, morte. Mas dessa vez temos a bela construção de frase "Deixou a casa em prantos" que dá a entender... Isso mesmo, uma casa que chora.
Nota: 1
Considerações finais:
Eu gostei muito do livro, foi um presente de um amigo, mas também porque eu achei os contos bons. Tem alguns que eu tenho vontade de arrancar fora, mas isso seria vandalismo, hahaha.
Meus preferidos foram os de nota maior nas resenhas, claro.
Principalmente o único de nota maior nessa última parte.
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Muito obrigada por lerem e, qualquer coisa, só me dizerem por comentários, e-mail, sinal de fumaça... O que quiserem!
Beijos e abraços mil!